Eu tenho uma profunda saudade,
não sei bem de que:
si é de você, de nosso encontro que não se evapora,
dos momentos compartilhados,
ou de como você e eu ficamos entrelaçados para sempre.
Si a saudade, que já é de meu ser numa base regular,
que já está escrita em minhas fibras,
em minha alma, em meu corpo;
e que agora enquanto te amo
se expande ainda mais,
me habita um relâmpago eterno
que me rasga e me ilumina ao mesmo tempo
Saudade escorre em minhas letras,
tem sido sempre meu sangue
que agora consigo saborear
com uma precisão tal
que já sei a textura,
temperatura,
cor e corpo
da saudade.
Pergunto-me como é possível
que a alegria e a nostalgia habitem com tanta força,
ao mesmo tempo, um corpo tão mundano como o meu,
não será esse o destino maldito dos poetas?
ser a personificação viva do saudade?
e não é esse um milagre abençoado?
não é acaso o amor, de qualquer forma, milagre?
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Revisão e edição do texto: Dênis Lopes.
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